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A mostrar mensagens de dezembro, 2014

Feliz Natal... com novos livros para ler!!

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Onda Pina - um poema à sexta

A um Jovem Poeta Procura a rosa.  Onde ela estiver  estás tu fora  de ti. Procura-a em prosa, pode ser  que em prosa ela floresça  ainda, sob tanta  metáfora; pode ser, e que quando  nela te vires te reconheças  como diante de uma infância  inicial não embaciada  de nenhuma palavra  e nenhuma lembrança.  Talvez possas então  escrever sem porquê,  evidência de novo da Razão  e passagem para o que não se vê.  Manuel António Pina, in "Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança"

O Sermão na Ferreira

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    Na próxima semana, teremos na Ferreira a exploração de uma obra incontornável: o Sermão de Santo António aos Peixes, do Padre António Vieira. Vem ver os trabalhos inspirados por este sermão e conhecer alguns aspetos da sua época!  Mais tarde, mostraremos a reportagem fotográfica da exposição.

Onda Pina - poema à sexta

Lugares da Infância Lugares da infância onde  sem palavras e sem memória  alguém, talvez eu, brincou  já lá não estão nem lá estou.  Onde? Diante  de que mistério  em que, como num espelho hesitante,  o meu rosto, outro rosto, se reflecte?  Venderam a casa, as flores  do jardim, se lhes toco, põem-se hirtas  e geladas, e sob os meus passos  desfazem-se imateriais as rosas e as recordações.  O quarto eu não o via  porque era ele os meus olhos;  e eu não o sabia  e essa era a sabedoria.  Agora sei estas coisas  de um modo que não me pertence,  como se as tivesse roubado.  A casa já não cresce  à volta da sala,  puseram a mesa para quatro  e o coração só para três.  Falta alguém, não sei quem,  foi cortar o cabelo e só voltou  oito dias depois,  já o jantar tinha arrefecido.  E fico de novo sozinho,  na cama vazia, no quarto vazio.  Lá fora é de noite, ladram os cães;  e eu cubro a cabeça com os lençóis.  Manuel Pina, in 'Um Sítio onde Pousar a Cabeça'

Concurso Inês de Castro

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